terça-feira, 23 de setembro de 2008

XI Sarau Lítero-Musical Ágora

João Batista de Carvalho. Foto: Kenard Kruel.

A poesia, fetiche das palavras, desencadeia a imagem sensível nos ecos do caos, na mosaica semiótica dos semantemas. Assim é a poesia de João Batista de Carvalho, do chão de União, em linguagem inquietante, tradutora das sentenças de cada pena capital: a vida, o amor, a insistência lúdica vocabular.

O XI Sarau Lítero-Musical Ágora prova que a poesia vem de dentro na colisão das imagens poéticas de construções várias. A sonoridade dos poemas se modificam aos olhos e, num caleidoscópio, traz nova inteireza do mundo caótico: a poesia é uma fatalidade do espírito.

A linguagem brejeira de João sinaliza para a simplicidade da cultura representativa, viva nos textos de outros autores da Literatura nacional. Ela flui do próprio papel por estar em branco – essa é sua maior culpa. Ninguém pede desculpa por ser poeta. Nem a poesia, que está viva no ar é culpada de ocupar os sentidos do cosmo do leitor.

Na verdade, os poetas de União têm mais é que gritar com a voz da emoção estética, para provar que a poesia não escolhe cara nem lugar. Por isso, a Cultura agradece e respeita a poética de cada um: livre para o mundo como arte. É uma dádiva, o espírito e a carne se materializarem nas palavras de cada dia. À poesia, João!

Ozias Lima

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